19 agosto, 2005

Hoje vou fazer um treino com o mestre Icarus no Parque da Paz,

programa de treino:
corrida
aquecimento
corrida
abdominais
flexões
dorsais
corrida
monkeys
front flips
flics
rodas
long run
abdominais
flexões
dorsais
cool down
alongamentos
fim.

Acho que deve chegar para não me mexer o resto do fim de semana......
para breve o resultado do treino....

18 agosto, 2005

Segurança

Tudo na vida envolve riscos. Fáçamos o que fizermos para acolchoar o mundo, a dura realidade é que o perigo nunca está muito longe. Sempre que atravessamos uma rua corremos riscos. Pessoas escorregam e caiem nas suas casas de banho diariamente, muitas vezes com consequências gravíssimas. Hoje em dia em Inglaterra registam-se cerca de 30 a 60 casos de pessoas atingidas por relâmpagos, 10% dos casos são fatais. O perigo está sempre presente; não o podemos evitar. Mas o que podemos fazer é aprender como gerir o perigo correctamente minimizando-o.

Em relação á pratica de Parkour, isto implica, primeiramente, compreender o significado do Parkour. Ao fazê-lo compreendemos também o que o Parkour não é. Apesar do sensionalismo e glamour (criados principalmente pelos media) dos Gaps e do treino em grandes alturas, o Parkour não é significado de corridas em telhados nem de outras acrobacias potencialmente mortais. Quem assim o pensar simplesmente não percebeu do que se trata.

O Parkour preocupa-se no refinar a tua propria mobilidade com graça, controle, eficiência e como maneira de te expressares. Estes objectivos podem ser atingidos em qualquer ambiente - para quê treinar num local potencialmente perigoso como um telhado, quando ambientes mais expansivos e variados são encontrados quase invariavelmente á altura do chão? A altura a que treinas é totalmente irrelevante, e a maioria dos telhados nem sequer tem muito para oferecer em termos de ajudar na evolução da tua habilidade como traceur.

A arte do movimento é também baseada no desenvolvimento e melhoria do corpo, tornando-o mais forte, mais rápido, mais capaz: numa palavra saudável. Isto significa que devemos manter como objectivo o prolongar da condição física, que é o verdadeiro teste á nossa saúde. Buscamos longevidade, não apenas na nossa arte mas também para a nossa vida; estarmos saudáveis e fortes durante muitos e longos anos. Assim, lesionarmo-nos durante um treino - noutras palavras, quando uma arte que promove a saúde ameaça destruir a mesma saúde - não é apenas contraproducente é contra a própria arte em si. Tal como os artistas marciais que sofrem lesões incapacitantes, justifica perguntarmos o quão eficaz o treino realmente é? A resposta pareçe ser que o seu treino provoca, afinal, os resultados que a sua arte apregoa evitar...

Portanto devemos dar mais atenção aos nossos treinos. Tomem notas. Avaliem os riscos. Porquê correr riscos desnecessários quando podemos ganhar as mesmas capacidades num ambiente ou método mais seguros? Quantas vezes corremos riscos num treino só para impressionar ou para provar um determinado ponto? Sejam sinceros com vós próprios, pois estas acções não são justificadas pela filosofia da nossa arte, nem nunca o foram.

Isto não quer dizer, num entanto,que a arte não pode ser praticada a grandes alturas. O objectivo de todos os praticantes é ser capaz de se mover livre e eficazmente - seja qual for a interpretação que dão a "eficácia" - em qualquer ambiente, seja ele alto ou baixo, apertado ou espaçoso, urbano ou rural. O foco não está no meio envolvente mas no dominar do corpo em relação ao meio. Os telhados não são importantes - tu és. Portanto foca-te em ti próprio.

Como é que eu faço isto?

Primeiro, e o mais importante, vê a verdade da arte para além dos floreados e do espetacular. Não te iludas pelo que vês nos filmes ou na televisão: em quase todos os casos, extensas medidas de segurança são tomadas e as cenas são feitas sempre por profissionais enquanto outros profissionais asseguram que nada é deixado ao acaso. O uso de cabos, redes de segurança e colchões é comum. Investiga, procura bem e vais ver que a mestria atinge-se com a pratica rigorosa e com o continuo refinar das tecnicas base. Não há atalhos nem segredos.

Segundo, procura instrução competente onde for possível. Participa em workshops e seminários, treina com os mais experientes da tua area sempre que possível, e alimenta-te constantemente de informações e conselhos de qualidade que podes encontrar nos principais sites de parkour.

Terceiro, para e pensa. Avalia as medidas de segurança que utilizas no teu treino. Examina com cuidado as superfícies e os materiais em que regualrmente treinas, verifica a sua integridade e estabilidade e toma cuidados especiais em pisos molhados.Conhece as tuas limitações e te esforçes demasiado sem razão que o justifique. Se não tens 100% de certeza que consegues aplicar uma determinada manobra com sucesso e segurança, simplesmente não a faças. Treina mais em ambientes controlados e volta á carga quando estiveres realmente preparado.

Infelizmente, acidentes são inevitáveis ao longo da nossa vida. Estatisticas mostram-nos que muitos dos desportos socialmente aceites, como o futebol ou a vela, colocam a tua vida em riscos maiores do que desportos considerados mais perigosos como a queda-livre ou o parkour. Estisticas recentes mostram que o rugby encabeça a lista dos desportos mais perigosos com 95.7 lesões em 1,000 atletas, como futebol a registar 64.4 em 1,000: e se comparar-mos estes numeros com o esqui alpino que tem apenas 2.6 lesões em 1,000, fica claro que não é necessário escalar montanhas para estar mais exposto a riscos. E o facto é que em todos estes anos em que Parkour é particado como uma disciplina, lesões graves teêm sido poucas e espaçadas, mesmo depois da sua explosão a nível mundial, onde podemos encontrar traceures de todos os níveis em quase todos os paises do mundo.

Toda a vida envolve risco, obviamente. E não há duvidas de que uma disciplina tão dinamica e energica como o Parkour envolve certos perigos. Mas o inverso também é verdade; através de um melhor conhecimento e controlo do seu corpo e das suas capacidades, o praticante pode aumentar a sua habilidade para se defender de danos físicos. Aquele que treinar com dedicação será menos desastrado na sua vida normal, será menos propenso a acidentes, e estará mais atento ao seu meio envolvente. Praticando cuidadosa e prudentemente, e com o acompanhamento devido, devemos estar efectivamente mais seguros. O treino deve preparar o atleta para os poucos raros e inevitáveis momentos da sua vida em que terá de usar o seu corpo para evitar um determinado acidente.

Portanto treina em segurança, e em retorno o teu treino vai manter-te em segurança.

por Dan Edwardes em urbanfreeflow.com